A noite
ladeira em riste
insiste na provisoriedade
da novidade de estar
de olhos bem abertos
para qualquer suspiro
que derem os móveis
o motor da geladeira
o diabo que vive no escuro
ladeira em riste
insiste na provisoriedade
da novidade de estar
de olhos bem abertos
para qualquer suspiro
que derem os móveis
o motor da geladeira
o diabo que vive no escuro
A ladeira da noite
automóvel desenfreado
injetou nas pernas
um trimilique sem graça
anti-noite-de-sono
Pé ante pé
derrapando paralelepípedos
não há calçadas
ou sacadas com uma moça
para uma pausa poética
o violão pra variar
está sem a ré
Não vai voltar...
derrapando paralelepípedos
não há calçadas
ou sacadas com uma moça
para uma pausa poética
o violão pra variar
está sem a ré
Não vai voltar...
Do meio do caminho
não há sol à pino
os ventos lambejam
desenhos sem caneta
não há sol à pino
os ventos lambejam
desenhos sem caneta
Lá de cima um aceno
sonolentolente
sonolentolente
Meus miolos ovos fritos
Um segundo indecente
Uma estrela cadente
Rolando ao alcance do dia.
Um segundo indecente
Uma estrela cadente
Rolando ao alcance do dia.