quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Ladeira da noite

A noite
ladeira em riste
insiste na provisoriedade
da novidade de estar
de olhos bem abertos
para qualquer suspiro
que derem os móveis
o motor da geladeira
o diabo que vive no escuro

A ladeira da noite
automóvel desenfreado
injetou nas pernas
um trimilique sem graça
anti-noite-de-sono

Pé ante pé
derrapando paralelepípedos
não há calçadas
ou sacadas com uma moça
para uma pausa poética
o violão pra variar
está sem a ré
Não vai voltar...

Do meio do caminho
não há sol à pino
os ventos lambejam
desenhos sem caneta
Lá de cima um aceno
sonolentolente


Meus miolos ovos fritos
Um segundo indecente
Uma estrela cadente
Rolando ao alcance do dia.