Desvista-se, corpo
Para anfitriar a visita
Você que é casa de praia
de mãe
de banho
de campo
Você que é a minha casa
Espreguiça os braços
para me acolher
E abra as janelas
para receber o mundo.
segunda-feira, 15 de setembro de 2014
terça-feira, 9 de setembro de 2014
em câmera lenta
caminha no céu o sol
lento observo
traça o risco da queda
como um meteoro
sem pressa.
lento observo
traça o risco da queda
como um meteoro
sem pressa.
quarta-feira, 3 de setembro de 2014
.
Ganhei um sol de presente
E guardei
Lá no alto
Naquela caixa de mofo
que são as estrelas.
Veio sem embaraço
Sem laço
Muito quente como sempre
De mãos dadas com um vento.
E eu disse "agora não".
Quando se pôs, desenganado
Sem dar adeus nem ser frustrado
(já que o presente não era só meu)
Levantei os braços
Para alcançar a caixa na prateleira
Mas meu tamanho pequeno
Não chegava lá
Nem se subisse numa cadeira.
Sentada na calçada
Olhando a linha de onde
os astros nascem
Passei esperando ele voltar.
E guardei
Lá no alto
Naquela caixa de mofo
que são as estrelas.
Veio sem embaraço
Sem laço
Muito quente como sempre
De mãos dadas com um vento.
E eu disse "agora não".
Quando se pôs, desenganado
Sem dar adeus nem ser frustrado
(já que o presente não era só meu)
Levantei os braços
Para alcançar a caixa na prateleira
Mas meu tamanho pequeno
Não chegava lá
Nem se subisse numa cadeira.
Sentada na calçada
Olhando a linha de onde
os astros nascem
Passei esperando ele voltar.
decisões da madrugada
Ponta dupla desabrocha
Para onde aponta
A seta de meu desejo?
Se é escolha certeira
Ou tiro a esmo
Cada flecha tem
como alvo
O furo do vento
O duro da rocha
Olhar-se a si
para ver um centauro
E saber-se, que seja
Um arqueiro bêbado
O medo é o escudo
que mede o tempo
Esvai a vida num sopro
Estampa o desenho no peito
Setas finas, feitas de penas
Paraquedas, voando lentas
Flechas rijas, certezas candentes
Riscam o início e o chão de pisar
Cada vôo avista um juízo
Viagem curta
Viagem sem volta
E os braços que empunham o arco
Atiram
Essenciais e contingentes
Passos para muitos continentes.
Para onde aponta
A seta de meu desejo?
Se é escolha certeira
Ou tiro a esmo
Cada flecha tem
como alvo
O furo do vento
O duro da rocha
Olhar-se a si
para ver um centauro
E saber-se, que seja
Um arqueiro bêbado
O medo é o escudo
que mede o tempo
Esvai a vida num sopro
Estampa o desenho no peito
Setas finas, feitas de penas
Paraquedas, voando lentas
Flechas rijas, certezas candentes
Riscam o início e o chão de pisar
Cada vôo avista um juízo
Viagem curta
Viagem sem volta
E os braços que empunham o arco
Atiram
Essenciais e contingentes
Passos para muitos continentes.
Germe 2
O novo é um broto
pequeno caroço em
pé na terra dá dó
E quando brota o
verde reflete o sol
Cravo os dentes
nos frutos que dá
O gosto e o brilho
dizem que sim
É o novo.
pequeno caroço em
pé na terra dá dó
E quando brota o
verde reflete o sol
Cravo os dentes
nos frutos que dá
O gosto e o brilho
dizem que sim
É o novo.
Refletir
Lua cheia
de que?
A nuvem negra abriu o palco
E ela grávida do espaço
serviu de espelho
à luz do Sol.
Lua cheia
de que?
Ficou cansada
da noite danada
e se escondeu
no eclipse.
de que?
A nuvem negra abriu o palco
E ela grávida do espaço
serviu de espelho
à luz do Sol.
Lua cheia
de que?
Ficou cansada
da noite danada
e se escondeu
no eclipse.
Corra e olhe o céu
No peito bate
o atabaque
é noite ainda
o sol desponta
cedo pra casa
gritando Linda.
o atabaque
é noite ainda
o sol desponta
cedo pra casa
gritando Linda.
na medida
Um mosquito com o peso do passado
Uma casa de tijolos na sacola
nas costas, o tempo passa e
os tijolos são areia para a praia
O passado com o peso de um mosquito
O passado é uma seta
Que passa pelo hoje
E amanhã é de manhã.
Uma casa de tijolos na sacola
nas costas, o tempo passa e
os tijolos são areia para a praia
O passado com o peso de um mosquito
O passado é uma seta
Que passa pelo hoje
E amanhã é de manhã.
laços
Abaixada
no pé da calçada
amarrando os sapatos
o cadarço desatado
Um pé na minha nuca
amarrei o pescoço
num grande laço.
no pé da calçada
amarrando os sapatos
o cadarço desatado
Um pé na minha nuca
amarrei o pescoço
num grande laço.
Germe
Plantar poesia de manhã
Não é garantia
de coisa alguma
Num tem brôto
Num tem terra
Num tem botão
Que deflora vermelho
maisvermelho
bemarrom
apodreceu.
Plantar um poema de manhã
não apodrece
Não é garantia
mas é
Quase certeza de ouvir-te
no fim do dia
Orvalhado
(verde bem verde)
Estragado do trabalho
Apodrecido
do bagulho
Embreagado...
...mas tudo bem.
Não é garantia
de coisa alguma
Num tem brôto
Num tem terra
Num tem botão
Que deflora vermelho
maisvermelho
bemarrom
apodreceu.
Plantar um poema de manhã
não apodrece
Não é garantia
mas é
Quase certeza de ouvir-te
no fim do dia
Orvalhado
(verde bem verde)
Estragado do trabalho
Apodrecido
do bagulho
Embreagado...
...mas tudo bem.
colher de pau
o olho vira
a mente
mê.
o molho
ira
a mente
vê.
mo olho
ira
va mente
ê.
(brinca de noite, descansa
abre o olho
esquenta o molho
descansa
finge que descansa
ou tenta
o olho faz que dorme
mas vê).
poema espelho de "visão", de A.Del Duca.
a mente
mê.
o molho
ira
a mente
vê.
mo olho
ira
va mente
ê.
(brinca de noite, descansa
abre o olho
esquenta o molho
descansa
finge que descansa
ou tenta
o olho faz que dorme
mas vê).
poema espelho de "visão", de A.Del Duca.
e vindo do interior
Quando o mar do Atlântico
Abraçou o céu dos Andes
Ande!
Minha latina América
virou um pastel gigante
Dobrado
o mundo Portuñol
ficou esmagado.
E eu sou apenas um rapaz.
Abraçou o céu dos Andes
Ande!
Minha latina América
virou um pastel gigante
Dobrado
o mundo Portuñol
ficou esmagado.
E eu sou apenas um rapaz.
terça-feira, 2 de setembro de 2014
arco lunar
Flechada a Lua
Com a sua licença, São Jorge
mas os rabiscos
impressos na rua
não são fogos do teu dragão
Senão patas do meu centauro.
Com a sua licença, São Jorge
mas os rabiscos
impressos na rua
não são fogos do teu dragão
Senão patas do meu centauro.
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