quarta-feira, 3 de setembro de 2014

decisões da madrugada

Ponta dupla desabrocha
Para onde aponta
A seta de meu desejo?
Se é escolha certeira
Ou tiro a esmo
Cada flecha tem
como alvo
O furo do vento
O duro da rocha
Olhar-se a si
para ver um centauro
E saber-se, que seja
Um arqueiro bêbado
O medo é o escudo
que mede o tempo
Esvai a vida num sopro
Estampa o desenho no peito
Setas finas, feitas de penas
Paraquedas, voando lentas
Flechas rijas, certezas candentes
Riscam o início e o chão de pisar
Cada vôo avista um juízo
Viagem curta
Viagem sem volta
E os braços que empunham o arco
Atiram
Essenciais e contingentes
Passos para muitos continentes.

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