quarta-feira, 15 de maio de 2013

roda da morte

A morte quer ser um presente
Irrompe na vida dos inda vivos
Para ser a grande surpresa da vez
E qual festa se fez
                          pelo avesso
Com balões monocores
confrontando nossas bolhas
                                         de ar
                                         e sua tez
O anfitrião não está vestido de negro
como se pensa
Rodopia dando um tonto tom
a cada dia
Ninguém entra na valsa
Todos olham e escutam aqueles passos
que irão dançar não-se-sabe-quando

O rebento da madrugada é o soluço
filho do anfitrião
Tampouco há névoa
e o brilho estridente da luz solar
Faz questão.
Seu calor ardente
Faz questão.
Aperta os olhos cegos
Transpira o corpo vivo
Na festa da morte
o Presente é o presente.

domingo, 12 de maio de 2013

Jardim de Inverno

Numa roda de fogo
Baila redonda a vidamorte
rodopiam suas bailarinas
todas elas dançando em ponta
a natureza
a presença
o tempo
e a sorte

Para o falecimento do dia
sua calada arde a fogueira
diante do frio
um medo pequeno queima em brasa

Se os olhos gigantes
e a boca vermelha
fossem da morte
- mas não são
(o perigo é uma invenção)

No parlatório ninguém fala
Todos são parte da dança

Se assustou porque?
Na linha de frente
É tanta luz que não se vê.