com sede de desengolir a água
atravessar a pista
para dançar com as ondas
parou o vento para olhar
lançou alto um assovio de anúncio
a calmaria ensurdecedora
assustou suas têmporas úmidas
Como se o azul mudasse seu tom
E ainda pudesse navegar como
em meio à tempestade
Alçou vôo
Vociferou em círculos
na transparência
Se límpido fosse o dia
Os tubarões comeriam
a carcaça de seu ódio.
Mas como é fundo e misterioso
ninguém notou.
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