Enfia a cara no sono
e prolonga um beijo
De olhos fechados não há
quem não tenha o desejo
De ter longas pernas que alcancem
lá longe e veja
O banho do vale lavando
os caminhos do medo
Dormindo se foge se encara
os tiros e o tempo
E olha no fundo da espera
pra dizer "te conheço!"
E acorda surpreso
por ter sua dor revelada
Cantarola no chuveiro
Como não fosse nada
De fora o passo é pequeno
não percebe as raízes
que nascem de noite ao relento
formando um rebento
Que bota de pé
A sede que sente a garganta
o peito
os vícios
Raiz que arrancamos do chão
ao calçar os sapatos
Vai, o vento da noite vai deixar você jogar
O corpo de lado, muda pequena pra plantar
Vai, a tempestade também quer ter seu lugar
Molhando os dedos e os medos que pode tocar.
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