quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Flor de junho

Aberto um botão
fechando na primeira casa
da camisa de força
Quem ousa brotar
Em meio ao caos e aos cães
Não sendo flor de copo d'água
ou buquê
Não é usada pra perfume
ou na TV
Uma flor nasceu na rua
quantas mais irão nascer?
O Carlos ali parado
concretizado na cena
E os cachorros se enfiando
pra cheirar os canteiros
Afundando suas patas
num embolado de espinhos
Eu sei, é feia, são feias, são tantas,
E haja cão, e haja caos
e haja mais o que eles quiserem.
Amanhã a cidade inteira vai cheirar flor.

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