segunda-feira, 31 de março de 2014

medianeras

Do quarto do aguardo
o que haveria no corredor
além do horror previsto?
Poder mover a vida
sem ser atacado
É algo como poder viver.

O vento sopra meus cabelos
Não é o mar
É o ventilador
Com suas pás rapando
as tampas das cabeças
Que os domingos
possam ser sextas
e que as segundas
sejam coisa alguma

Um cansaço que não é de trabalho
Tampouco do esforço, do reforço
Nossas caras pálidas, mesmo as negras
cheirando a guardado
Baús encerrados
O presente é tão frágil quanto o passado.

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