sexta-feira, 19 de outubro de 2012

ver(ano)



A tantas de março
é o prazo
final
Depois disso
Que a água caiu toda
Já não se amofa
mais nada
O quente se espalha
Resta o vapor da chaleira
Herança do calor que
aquece o inverno
E não dá
dessa vez
Pra perder a estação
Vai com o trem o verão
Boto o colchão no sol
sem trégua pra secar
Tá de pé
Que te encontro por lá
Na plataforma dez
C’o convite na mão
Não te atrasa
Que o tempo passa
O sol se amansa
O céu amarela
E as folhas no chão
Meus poemas perdidos
Vão abrir o outono

Nessa brecha do ano
O corpo toma a forma
que viveu em janeiro
E antes que deságüe o choro
Desabrotôo o cabelo.

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