quarta-feira, 2 de abril de 2014

Nascimento

Como se eu estivesse na beirada
olhando as crianças a mergulhar
com as pernocas e os bracinhos
de cachorro que já sabe remar
Avistasse um amigo, em meio às crianças
prestes a se afogar
Seu rio era um copo d'água
E sua mágoa, sem nadadeiras
puxava a vida de suas patas

Era um aquário fechado à vácuo
Desses que há no espaço e no supermercado
E um corpo pelado tentando boiar
Não tinha borda.
Quando acorda
Depois de pedir socorro
gritar bem alto
pedir ajuda ao pior amigo
Um pequeno chôro  enche o peito de ar.

Como vão os copos d'água? - eu lhe pergunto
Eu ando bebendo tudo
Só os cheios de água doce
Para chorar a água do mar.

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