segunda-feira, 2 de abril de 2012

Durante o dia
um filete de sol
Ilumina o picadeiro
areia batida
Anzol de sonhos
Que já foram
Um grito do vento
levanta a poeira
O vazio aparente
Armando o espetáculo
a ferrugem nas cadeiras
são camadas
de gargalhadas
antes ridas

O fim da tarde
avermelha a lona
uma chama incendeia
um grande rasgo
bem velho
E ainda tem o cheiro
De pipoca
De criança
Tem um tom
de nariz de palhaço
Por debaixo da serragem
surgem olhos
Olham o teto solar
que é o rasgo

Um pedaço de céu
Pro silêncio olhar
Mas não há gente
Não há malabaristas
mesmo com a rede
estendida
Uma placa na porta
anunciando o dia
Porque segunda-feira
É dia de descanso
para o circo vermelho
E amanhã, despretensa
A estrela é a estrela
Vai saltar pelo rasgo
Para os braços
do palhaço.

11/03/11 - N. p/ A.

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