segunda-feira, 2 de abril de 2012

O mar era um barranco

para o fundo

As laranjeiras

sua flor em cheiro

Tão imenso

Que era o cheiro do mundo

Nada tinha fronteira, placa, dono

Nem mesmo se pensava nisso

E era como se quem estivesse

da varanda vigiando

Soubesse que a cada dia

Estaria esperando

Um outro tempo pra puxar rasteiro

O tapete do sono

Hoje o único alento

Todo o tempo, o pé de barro, a água corrente

Costurando o sorriso permanente

Que picota o cartão e obedece o sargento.

Debaixo da minha cabeça um corpo grande

A vida distante, aquela

Ficou a sequela

do daqui em diante.

Nenhum comentário:

Postar um comentário