segunda-feira, 2 de abril de 2012

Noite insone
parte dois
Amanhece
Meus rins estão pendurados no varal
Um prognóstico da velhice
Às vezes me visita
Me recordo de quase tudo o que ingeri
Meus rins de areia
Hoje nem mesmo o ar
Lavava
Levava
Trazia de volta
O que vai-se embora

Sur

Busco um norte
Apertando uma corda improvisada
Quando quase faz um som
Arrebenta
Quem me afina
Uma corda de varal-renal
Meu violão
Caixa frouxa que ecoa um grito
Envelheceu por uns dias

Manhã e noite
E manhã,
Amanhã
Até onde eu teria ido?

Um maço
Um café quente
O sol vai torrar meus miolos
Me apagar da mente a vigília
Dizer por horas com seu azul insuportável
Que eu ainda devo
Vale a pena
Diz o dia
"Desperta, mulher!"
E eu penso
em pregar os olhos
junto aos rins.

Nenhum comentário:

Postar um comentário