segunda-feira, 2 de abril de 2012

Para a vida que grita
Com voz de mulher
Não há palco onde se conte
o silenciado
Quando pronunciado
Há ouvidos que calam fundo
seu medo, sua dor do mundo
Há bocas maldizendo
Em rodas azuis
Que mulher que produz
É na beira do tanque
Ou bem boa na cama
E mulher que reclama
É fim de linha
Linha dura
Sapata
Mal comida

Um gravador plantado na saída
E o edifício gravou em sua memória
Que nessa história de mulher ser livre
Só tem público, não tem privado
o drama é épico
a dor é universal
As paredes são cortinas
Divisórias para o trabalho
Não há público, não há privado
Há um grito no sexto andar
Pára para ouvir
O sofrimento da metade
Da maior parte da humanidade.

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