segunda-feira, 10 de novembro de 2014

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Sopra manso o vento
do ventilador
balança os cabelos
que da queda de cabelos
tapetam o chão
O mormaço lento
que é a dança dos mosquitos
paira
Já que na madrugada
quente que nem te conto
só mesmo pairar
as gotas de suor
caminhando sem sono

O ódio nas ruas
que ainda que nas ruas
é um ódio privado
ódio de preto
ódio de viado
de mulher que fala
de gente que trabalha
ou vem lá do Norte

Não posso notar
o silêncio da noite
No corredor de meus miolos
há gente saindo pelo ladrão
Gritando
"Pega patrão!"
Em uma grande
serpente enrolada
organizando o bote

O ventilador olha
de um lado para o outro
Vigia
enquanto eu durmo
mas mesmo em repouso
Vigília
Não há como desatentar.

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