segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Em potência

Através da fenda que existe no muro
O que foi mesmo que eu vim olhar?
Meu globo ocular rosqueado no concreto
Só deixava ver o lado de lá
As pernas
há dias prestes a saltar
Fatigaram a expectativa
A boca secou a saliva
de cuspir e de falar
Os braços
fortes na fé de derrubar o muro
Torraram toda a adrenalina
A bater cansados umas palmas
de samba de bar
Quando do outro lado
Um cabra estava sentado
Me olhando a olhar
Que é?
A que respondeu
Que é?
Nunca viu?
Não, e você? Viu?
Atrás dele outro muro
E outros olhos parafusados
no vão entre cá e lá.

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